EDITOR: Edgar Olimpio de Souza (O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

 

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Cinema: A Separação

O longa, de Asghar Fahardi, estreia aqui após ter conquistado o Urso de Ouro de melhor filme no último Festival de Berlim, além de dois de prata para o conjunto das interpretações masculina e feminina e o Globo de Ouro de melhor filme de língua estrangeira. Nada mais justo. O novo trabalho de Farhadi, diretor do também ótimo Procurando Ely, é um drama poderoso moral e social. A história segue uma familia formada por Simin (Leila Hatami), Nader (Peyman Moadi) e a filha de ambos, Termeh (Sarina Farhadi, filha do diretor). Quando Simin  decide deixar o Irã para dar um futuro melhor para Termeh, Nader decide não acompanhá-la porque precisa tomar conta do seu pai, doente com Alzheimer. Simin volta então para a casa dos pais e Termeh  prefere ficar com Nader. O filme toma um novo rumo quando, para ajudá-lo a cuidar do seu pai, Nader contrata Razieh, que está grávida e aceita o emprego sem o marido saber. Por razões culturais, ele jamais permitiria que ela trabalhasse numa casa em que a esposa não está presente. Sem colocar ostensivamente a política em seu filme, embora ela se  faça presente o tempo todo, Farhadi traça, em torno dos personagens, um retrato intenso  da sociedade iraniana atual, que inclui justiça, cultura, religião, arbitrariedade, separação de classes e preconceito.

O engajado cineasta vai fundo na situação  do Irã de hoje, mostrando que o país tem muitos problemas, ainda que aparentemente a abordagem seja discreta. Também não há julgamentos de valor, que são deixados para a percepção  dos espectadores. Os atores são extremamente convincentes. O diretor é conhecido pelo rigor na escolha do elenco e esta obra não foi exceção. Além disso, procura fazer com que fiquem confortáveis sobre o filme e tenta se  adaptar ao jeito individual de cada ator ou atriz. Para isso, ensaia exaustivamente porque, como diz, esse é o momento em que os intérpretes se transformam em personagens. Sem propor soluções, o longa deixa no ar mais questões do que respostas, levando à reflexão sobre os vários temas abordados, inclusive se uma criança, seja lá onde for, terá um futuro melhor no seu próprio país ou fora dele. Em última análise, é um filme honesto e que, em nenhum momento, tenta induzir ou manipular. Por isso, termina em aberto, marcado pela premência social, mas também pela riqueza de coerência da realização. 

(Myrna Silveira Brandão, do JB online)

(Foto Divulgação)

 

A Separação                                                                                                                      

Título Original: Jodaeiye Nader az Simin (Irã, 2010)                                                             

Gênero: Drama, 123 min.                                                                                                      

Direção: Asghar Farhadi                                                                                                     

Elenco: Hatami, Peyman Moadi, Sarina Farhadi e outros.                                            

Estreou: 20/01/2012

 

Assista ao trailer do filme:

 

 

 

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