EDITOR: Edgar Olimpio de Souza (O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

 

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Mestre do teatro

Sábato Magaldi é considerado um dos maiores críticos teatrais do Brasil.

Foi professor da Escola de Comunicações e Artes da USP, secretário municipal de Cultura de São Paulo (1975-79) e integra a Academia Brasileira de Letras.

Também jornalista, teatrólogo, ensaísta e historiador, o mineiro de 88 anos já lançou dezoito obras fundamentais para a compreensão do teatro produzido no País.

Não menos essencial é a sua mais recente, Amor ao Teatro (Edições Sesc SP, 1.224 pgs), que reúne 783 textos publicados entre 1966 e 1988 nos jornais O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde.

“Durante duas décadas ele se negou a publicar em livro as críticas escritas nesses dois diários, talvez porque soubesse o imenso trabalho que o esperava”, assinala a esposa e escritora Edla Van Steen.

Ela responde pela pesquisa, seleção e organização e contou com a assessoria do professor e dramaturgo José Eduardo Vendramini.   

De fato, a empreitada custou horas de dedicação.

As críticas editadas no extinto Jornal da Tarde, entre 1982 e 1988, tiveram de ser fotografadas porque o arquivo não está digitalizado.

Textos assinados como S. M. e M. S, as de dança e as de espetáculos estrangeiros, além de matérias especiais, entrevistas e artigos sobre outros assuntos irão rechear outra publicação, ainda sem data de lançamento. 

Em Amor ao Teatro, as histórias das artes cênicas e da política nacionais se confundem.

O trabalho do crítico foi decisivo durante o regime militar, quando a censura tesourava a criação de autores e diretores teatrais.

Por causa dele, nomes como Gianfrancesco Guarnieri foram reconhecidos como renovadores da dramaturgia nacional.

O volume inclui críticas de encenações pilotadas por figuras do porte de Antunes Filho, Antônio Abujamra, Fauzi Arap e Zé Celso.

Criterioso, racional, arguto e nunca condescendente, Magaldi fez restrições, por exemplo, à hoje lendária montagem de O Rei da Vela (1967).

Para ele, Zé Celso tornou o texto de Oswald de Andrade cruel e desagradável.

“Talvez a explicitação excessiva tenha sufocado a espontaneidade...a montagem se comunica aqui e ali, sem atingir a platéia como um impacto vivo e contínuo, como nos sugere a leitura do texto...”, escreveu.

O revolucionário Teatro de Arena foi acompanhado de perto.

Entre outras, há críticas das peças Inspetor Geral (1966), A Moschetta (1967), A Comédia Atômica (1969) e Zumbi (1969), todas encenadas por Augusto Boal, um dos protagonistas do Arena e formulador do Teatro do Oprimido.

Não só artistas identificados com a cena teatral mais antiga mereceram um olhar crítico, mas contemporâneos como Gerald Thomas e Miguel Falabella também tiveram suas obras avaliadas.

“Todo diretor que deseja montar uma peça de Shakespeare ou Nelson Rodrigues precisa ler o que os outros fizeram antes dele e Amor ao Teatro serve de consulta porque a gente vê o espetáculo quando lemos uma crítica do Sábato Magaldi”, finaliza Edla. 

 

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