EDITOR: Edgar Olimpio de Souza (O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

 

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Exército fantasma

Mais uma daquelas histórias impressionantes da Segunda Guerra Mundial que virou documentário: era junho de 1944 quando dois franceses desavisados entraram no perímetro de segurança da Vigésima Terceira Tropa de Forças Especiais dos EUA e viram, incrédulos, quatro soldados norte-americanos carregando um grande tanque de guerra. Um dos soldados, diante da cara dos franceses, apenas respondeu: “Os americanos são muito fortes.”

No entanto, não se tratava da força dos soldados, mas da leveza do tanque que era, na verdade, feito de borracha inflável. Este episódio foi documentado numa pintura por um dos soldados da tropa, que era mais conhecida como The Ghost Army (o Exército Fantasma). O grupo, que desembarcou na França no verão de 1944, foi recrutado em faculdades de arte e em agências de publicidade e tinha como principal arma a criatividade. Sua missão? Enganar as tropas de Hitler.

Além dos retratos da guerra que faziam esporadicamente nos tempos livres, o exército fake tinha vários recursos para espantar os soldados alemães: artilharia de borracha, efeitos sonoros (alto-falantes imitavam barulhos de grandes unidades de infantaria) e falsas transmissões de rádio, que faziam a tropa de artistas parecer um grande exército pronto para o ataque. Foram mais de 20 missões - algumas bastante perigosas - na França, Bélgica, Luxemburgo e Alemanha em que a capacidade de atuação dos soldados era o que lhes garantia a vida. Dentre os cerca de 1.100 jovens do grupo estavam o designer de moda Bill Blass, o fotógrafo Art Kane e os pintores Ellsworth Kelly e Arthur Singer.

A “arte da guerra” feita pelos soldados fantasmas exigia muito mais do que apenas carregar os aparatos de borracha e incluía um verdadeiro trabalho cênico para despachar homens em caminhões e ficar dando voltas, aparentando a chegada de uma grande tropa. Eles freqüentavam também cafés franceses para espalhar fofoca entre os espiões que poderiam estar no lugar e visitavam cidades vestidos de generais. Estima-se que o Exército Fantasma tenha salvado muitas vidas e sua atuação foi importante para a vitória dos Aliados no ano seguinte.
O diretor de cinema Rick Beyer contou que soube da história acidentalmente, em um café, ficou maravilhado e tratou de procurar e entrevistar os dezenove veteranos da tropa que ainda estavam vivos. O resultado está no documentário The Ghost Army, que foi lançado nesse ano na rede de televisão estadunidense PBS.

(Do site Opera Mundi)

 

Veja trailer do documentário:

 

 

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